segunda-feira

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Editora: Planeta do Brasil
Autor: RANDAL RAUSER
ISBN: 9788576654636
Origem: Nacional
Ano: 2009
Edição: 1
Número de páginas: 176
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

Após a grande repercursão do livro "A Cabana", onde as opiniões mostraram-se um tanto divergentes, o autor e teólogo Randal Rauser resolveu publicar "uma resposta" aos leitores, críticos e opiniões em geral sobre o livro. Em "Encontre Deus na Cabana" o autor traz à tona muitas perguntas e dúvidas a respeito de como Deus está presente em nossas vidas, o que ele representa e sua influência.

Trecho do primeiro capítulo do livro "Encontre Deus na Cabana"

CAPÍTULO 1

Embora "A Cabana" tenha angariado abundantes elogios, também conseguiu provocar sua parcela de controvérsia. Sem dúvida, o elemento isolado mais surpreendente no livro é a revelação de Deus Pai como "Papai", uma negra enorme que dá grandes abraços e balança os quadris quando escuta música. Aumenta a surpresa o fato de o Espírito Santo surgir como uma misteriosa mulher asiática chamada Sarayu. Para completar esta revelação desconcertante, a certa altura Mack é interrogado por uma misteriosa personagem feminina chamado Sophia, posteriormente descrita como a personificação da sabedoria de Deus (adiante falaremos mais sobre isso). O que exatamente A cabana está tentando dizer com esta surpreendente revelação de uma visão de Deus dois terços feminina e etnicamente diversa?

Alguns críticos ficaram alarmados por estas imagens, e por isso acusaram o livro de ceder ao feminismo politicamente correto e até mesmo promover um retorno pagão à adoração à deusa! Apesar da gravidade destas acusações, outros leitores permanecem profundamente atraídos por este retrato, e acham atrativa a descrição de Deus como Mãe. Outros ainda negligenciaram a descrição maternal de Papai e Sarayu como um aspecto relativamente pouco importante ou incidental da narrativa. Então, o que exatamente está correto? No meu ponto de vista, a descrição não é herética nem desprovida de importância. Mas nos coloca no âmago de algumas questões importantes e fascinantes sobre a maneira pela qual o Deus transcendente de toda a Criação chega ao nosso pequeno mundo.

Deus, a maior de todas as ideias

No cerne de qualquer entendimento adequado de Deus está o conceito de transcendência. Esta palavra se refere ao reconhecimento de que Deus permanece bem além do nosso entendimento (ou o transcende). Considere as palavras de Isaías: "Assim diz o Senhor: ‘O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés; que casa me edificaríeis vós? E qual seria o lugar do meu descanso?’" (Isaías 66:1). Este versículo nos recorda que o Deus que é onipresente (ou seja, presente em toda parte) não está limitado aos prédios que construímos. Deus transcende tanto a maior catedral quanto a mais humilde igreja rural. Mas, assim como não devemos achar que nossas casas físicas de adoração contêm a plenitude de Deus, também jamais devemos achar que nossas "casas conceituais", ou seja, nosso entendimento teológico de quem é Deus, possa jamais contê-Lo.
Podemos abordar o problema da transcendência de Deus comparando-o a outra grande ideia: a galáxia da Via Láctea. Há pouco tempo, minha filha de seis anos de idade se aproximou de mim e me perguntou qual era o tamanho da Via Láctea. Depois que eu lhe expliquei que ela fica a 100.000 anos-luz de distância, suas sobrancelhas se cerraram enquanto ela silenciosamente ponderava sobre a resposta. Então, replicou criteriosamente: "É mais longe do que daqui até o Colorado?". Embora eu não tivesse ilusões de que ela fosse captar prontamente o conceito de um ano-luz, fiquei surpreendido com quão longe da verdade estava seu ponto de comparação! No entanto, da sua perspectiva limitada, isso fazia muito sentido. Sem nenhuma ideia do que era uma distância de 100.000 anos-luz, ela estava tentando descobrir algum tipo de escala comparável, e assim se aferrou à unidade de grande distância com a qual estava mais familiarizada: os dois dias de viagem de carro que a nossa família fazia todos os anos para visitar os parentes no Colorado. Mesmo assim, eu conseguia perceber como era inadequada a comparação! Como poderia explicar-lhe a enorme distância que havia entre os fótons que zumbiam através do espaço sideral a 300.000 km por segundo há 100.000 anos, e o nosso Hyundai andando pela estrada a 100 km por hora durante dois ínfimos dias.
Por mais difícil que possa ser conceber a vasta dimensão da Via Láctea, ela é quase literalmente nada quando comparada à realidade transcendente de Deus. Imagine que a Via Láctea, enorme como ela é, é apenas uma dos mais de 100 bilhões de galáxias do universo conhecido. Depois considere que todo este universo surgiu porque Deus proferiu as palavras: "Faça-se a luz". Comparada com Deus, a ideia da Via Láctea é nada! Os teólogos têm tentado espelhar a majestade singular de Deus com o conceito de infinito, ou seja, a ideia de que Deus é realmente infinito e, portanto, na verdade transcende tanto nossas casas conceptuais quanto nossas casas físicas, sejam elas as reflexões de uma criança de seis anos de idade ou o erudito sistema do maior teólogo. Como disse Sallie McFague: "O teólogo deve usar seus modelos com a maior seriedade, explorando-os em todo o seu potencial interpretativo e, no entanto, ao mesmo tempo, entender que eles são pouco mais que os balbucios dos bebês."

1 leitores:

  • QG on 25 outubro

    Obrigada pela sua participação João!

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